sábado, 23 de agosto de 2008

Quê?

Não acredito no findável, nas bolhas de sabão, nem em feridas, elas cicatrizam, um dia. Não acredito no interruptor, acende/apaga. Não acredito no rádio, prefiro a música, a voz, a mensagem; prefiro o que fica. Defendo a pedra, aquela pedra eterna que irriga as artérias e aortas, aquela pedra abstrata que embrulha barrigas alheias. Que domina pensamentos e atitudes friamente calculadas deliberadas, que simula loucuras, suicídios, vida. Prefiro o olhos fechados, os momentos guardados nas pálpebras, re-fazendo acontecimentos, camas redondas, espelhos no teto, poros, suor, sorrisos, ressuscitando cleópatras e plantando árvores. Isso é o que realmente fica, que cristaliza, e que me faz acreditar que só vivemos, de fato, quando lembramos.




Qualquer tentativa de se expor menos termina sendo frustrada, aqui nada é heterogêneo, é tudo do mesmo sexo. Aonde toda palha se transforma em agulha e qualquer toque seria fatal. Aqui os hormônios continuam na posição de réu. Beijos.

2 comentários:

Lucas disse...

zu, nem sabia que tu tinha blog.. vou passar por aqui..

gostei do texto.. Mas se não fossem as coisas que não cristalizam, ficaríamos sem parâmetro pra medir as que conseguem ;)

beijo

Laura Bourdiel disse...

Para mim a vida é redonda! sim... e o assunto mais terrível é quando se fecha num comportamento básico, esse comportamento expontâneo, efusivo e inclusive, impulsivo; assim como comer chocolate, tomar café ou fumar um cigarro. E se não tentamos ser algo... Seria a mesma coisa que sentar-se e observar como as coisas explodem.