domingo, 18 de dezembro de 2011

Ele acordou de manhã bastante apressado: "não posso perder o voo!"
E não perdeu.
Quando abri os olhos já estava no aeroporto. Fui vendo sua matéria sumindo a cada passo a frente que era dado. Até que ele sumiu. Fiquei parada uns 10min, olhando pro infinito, vendo o espectro de alguém que um dia me amou sumir. De alguém que um dia eu amei. E a sensação era exatamente essa: a de ver alguém que a gente ama viajar. Precisar ir embora. Ter que ir embora. Ir embora.
Às vezes eu não amo ele, mas tem dias que eu o amo tanto que sofro.
Me esqueci de pedir o endereço em caso de saudade.

domingo, 11 de dezembro de 2011

essa é a pior sensação do mundo: querer proteger alguém dos outros.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

coisa


"exatamente! e tá mesmo! uma parte da sua vida, da sua intimidade. o cara que viu você gozar, que viu suas faces mais intimas, seus segredos, seus medos. é engraçado, mas é surreal, se você pensar não como algo banal, mas como uma coisa surreal. o sexo é surreal, principalmente quando se ama. é uma dança, sei lá. to começando a devanear. parei. mas tu entende, né? as coisas têm outra dimensão que não só a de coisas. tudo bem que isso é um pensamento que só surge no sofrimento. porque tem coisas que o ser humano só se dá conta quando sofre. mas é extremamente relevante. você termina se entregando ao outro deliberadamente, sem freios, sem resistencias... parece que você não é nada sem o outro e quando você fica só você se perde e encontrar o outro como um estranho na rua, mas sabendo que ele tem algo seu. parece um ladrão que rouba descaradamente e ninguém faz nada."

terça-feira, 26 de julho de 2011

Eu não preciso me explicar.

Dos conflitos genuinamente terrenos, eis que alguns se vão com o tempo, como o vento, enquanto que outros duram, ultrapassam barreiras, se instalam na sua vida como uma doença. Filósofos morreram cansados de tentar encontrar explicação pros desencontros oriundos da existência humana. O ponto de estofo nunca é alcançado e quando o é, dura menos que três segundos. Talvez a explicação fosse a melhor saída, mas o que se impõe são as reticências, talvez a dúvida seja a melhor pedida. A incompreensão é parte indispensável na morada da terra, nas relações afetivas, no cotidiano. Saber demais, se explicar demais, entedia. Um ócio que destrói. E não há nada melhor do que mergulhar fundo nesses desencontros perfeitos, nessa paz que é a ignorância, o desconhecimento de si e do outro. A possibilidade de entendimento está no caminho oposto.

Da complexidade da inspiração.

Dentre os desejos mais íntimos e utópicos, escrever é um deles. Melhor: viver da escrita é um deles. Tudo bem que seria uma profissão bastante instável, afinal não se encontra inspiração na esquina e nem é todo dia que se sofre de amor. Mas às vezes dá vontade de largar tudo. Vida social, família, amigos, psicologias, filosofias, divãs e etc., para se eternizar numa cadeira confortável, ergonometricamente feita para quem ama a arte de se expor. Para aqueles que sentem prazer em se vender por tão pouco; por nada. Que encontram motivo em qualquer sinal escondido do corpo, em qualquer asfalto, em qualquer céu. Nos dias em que fui mais triste, fui mais feliz. Escrever tem dessas coisas.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

acorde!

só digo uma coisa: se a gente não tomar cuidado a vida termina nos deixando monstros.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Ar!

Tá, chegou a hora de mudar o perfil desse blog! A hora da mudança é sempre bem-vinda, principalmente quando é para a melhor.
Hoje é um dia de poucas palavras. Sentir é mais importante.
Só quero deixar claro pra mim, que a felicidade vale mais a pena ser sentida do que escrita.
E talvez isso explique tudo.


Amor!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

continua solta

O nome do blog nunca teve absolutamente nada a ver comigo, tampouco com alguma vontade implícita de ser "livre". Mas muita gente não entende liberdade, não entende amor, não entende. Eu sempre me sinto muito incompreendida em diversas dimensões da minha vida. Família, amigos, relacionamentos. O mais complicado é atestar isso. Atestar a incompreensão alheia e aceitar as consequências nunca boas de ser assim, ainda que sem querer. Tentar compreender as coisas que vão acontecendo, deliberadamente, ao meu redor só aumenta a minha vontade de desaparecer. Olhar pra mim hoje, agora, e ter que abrir os olhos pra encarar um dia inteiro, uma vida inteira pela frente, cansa. Lembrar das responsabilidades que não estão nem aí pro que você tá sentindo, ver os ponteiros do relógio passando sem falhas, legitimando os acontecimentos só me causa uma sensação de incapacidade. To levando em consideração meu luto pelos últimos acontecimentos, mas talvez no sofrimento você enxergue melhor as coisas, com mais clareza, menos ilusão, menos amor. O amor é muito lindo e muito eficaz quando acompanhado de outros sentimentos de grande valia. O amor tem vários defeitos, assim como eu. Um deles é ser infantil, ser frágil e delicado. O amor é muito pouco pra sustentar uma relação, pra aturar ciumes, incompreensões, futilidades. Mais uma vez eu, aqui, com a MESMA queixa, sofrendo de dores já sofridas, por coisas já perdidas, passadas. Eu, de novo, aqui, escrevendo dor. Eu, novamente, chorando por um pretérito imperfeito.

To sofrendo; to viva!
Queria morrer por uns dias.