terça-feira, 27 de outubro de 2009

íons, cátions...















bezerra da silva foi a melhor pedida pra uma trilha sonora de romance roots!
muita harmonia, troca de energia e experiências quânticas.

sábado, 24 de outubro de 2009

samba e amor a vida inteira.

alegria requebrando por entre os móveis afastados da sala, na rede deita uma preguiça depois do almoço e nos sonhos encontra os seus semelhantes, mergulha fundo nas idéias obscuras, vive o êxtase! acorda com beijo na testa, pela porta há uma fresta por onde o crepúsculo entra. O tempo sentado na mesa do escritório fazendo as contas do mês, saudade deitada num quarto escuro, enrolada num lençol verde, a esperança vive acesa, lê perto de um abajur cor de carne. Vaidade não sai da frente do espelho, e o vermelho é onde mora a ânsia, que é muito conhecida como paixão. enquanto isso o amor faz samba sentado na varanda segurando a minha mão.

domingo, 18 de outubro de 2009




















"tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo feito
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu

tudo em minha volta
anda às tontas
como se as coisas
fossem todas
afinal de contas"

leminski.

sábado, 17 de outubro de 2009

vazio e meio.

Como é difícil olhar os outros com os mesmos olhos que nos olhamos. A empatia nunca foi tão inalcançável como hoje em dia. Sentir o que o outro sente sendo isto diferente do que a gente sente é quase um universo paralelo. O outro é, de fato, outro, alguém distante, fora de si, ausente, discrepante! Um limite indubitavelmente insuportável, o muro de berlim dos desejos, o que me restringe, o que me adia. Esqueço que a minha simples existência depende de um fator imprescindível: o outro! E a liberdade, aquele pote de ouro no final do arco-íris, de nada me serviria se no mundo só a minha existência fosse reconhecida. Talvez por isso os nossos olhos não sejam nas pontas dos dedos, e sim no rosto, face essa que só é capaz de olhar o outro e não a si. Preciso de um espelho, algo fora de mim, que me mostra, que me simula, que nada sei sobre mim diante do que é refletido. Um simulacro, e nada é revelado. Meus olhos mentem, os olhos vivem de aparência. Doença, demência que entorpece a todos, que cega ao mesmo tempo que enxerga, que avista e avisa e mente, mentiras os olhos dizem todo dia. Mas e os ouvidos, e os sentidos e. Estão todos contra mim, estou eu contra todos? Contra o outro, contra mim que também sou outro, contra meus sentidos, meus olhos que tanto achei que me guiavam? Em quem/que eu devo confiar? Em minha consciência que não sei se é consciente, ou em meu inconsciente que nem sei se existe? No meu sexto sentido... e ele existe? Preciso de uma mão que não a minha, preciso do pulsar de outrem, do olhar de outrem, da voz. Me guio pelo aroma do outro, pelo cheiro de carne viva pulsante, pensante. Preciso do excesso do outro pra me completar. Sozinho sou um vazio e meio.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na ladeira

Lá vem ele descendo a ladeira, regata verde musgo, bermuda xadrez. Raul sempre foi muito previsível, menino de verão, sempre livre! Ele acredita que pode voar, mas nunca arriscou uma tentativa. Mora dentro do quarto, janelas bem fechadas, ventilador ligado 24h, computador, cigarros. Muito calado, muito amor e carinho garganta a dentro. Raul é pálido, veias bem azuis, roxas, meio esverdeadas, dorme numa cama de casal. Manso, silencioso, esquisito às vezes, forte, muito forte, braços firmes, olhos profundos, raul carregava o mundo e não sabia, sabia das horas insone que vivia entre quatro paredes, sabia dos ponteiros passando do relógio, sabia do vento que não ultrapassava o vidro daquela janela. Ô, raul, esse teu mundo não é mais só azul, a vida te fez enxergar ele cinza. Raul procura um amor, um amor de blusa preta, calça jeans, cabelo solto despenteado, olhos desconfiados, cara de quem pede ajuda. Raul procura a rua, a estrada crua, sem asfalto, sem fim. Torcer pra que ele encontre, num momento não tão longe, o que tanto se esconde, mas que está dentro de si.