quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na ladeira

Lá vem ele descendo a ladeira, regata verde musgo, bermuda xadrez. Raul sempre foi muito previsível, menino de verão, sempre livre! Ele acredita que pode voar, mas nunca arriscou uma tentativa. Mora dentro do quarto, janelas bem fechadas, ventilador ligado 24h, computador, cigarros. Muito calado, muito amor e carinho garganta a dentro. Raul é pálido, veias bem azuis, roxas, meio esverdeadas, dorme numa cama de casal. Manso, silencioso, esquisito às vezes, forte, muito forte, braços firmes, olhos profundos, raul carregava o mundo e não sabia, sabia das horas insone que vivia entre quatro paredes, sabia dos ponteiros passando do relógio, sabia do vento que não ultrapassava o vidro daquela janela. Ô, raul, esse teu mundo não é mais só azul, a vida te fez enxergar ele cinza. Raul procura um amor, um amor de blusa preta, calça jeans, cabelo solto despenteado, olhos desconfiados, cara de quem pede ajuda. Raul procura a rua, a estrada crua, sem asfalto, sem fim. Torcer pra que ele encontre, num momento não tão longe, o que tanto se esconde, mas que está dentro de si.

Um comentário:

Katarine Araújo. disse...

ai zu, que bonitinho. sera que ele é gatinho? hahahahaha ;* te amo!