quarta-feira, 29 de julho de 2009

abstinência I

E tudo há de se dissipar. Virar resquício no universo. Deixar-de-ser. Transformar-se, evoluir. Sobrarão, sim, algumas reminiscências, uns restos de ontem, alguns fios de cabelo perdidos no tapete do banheiro. O ar já não será mais o mesmo, misturado com tudo o que se perdeu será doce, e se inspirado demais poderá causar náuseas. A náusea. E ela te fará lembrar de nós, dos dias, das noites, das vezes de amor ao pé da lua, recitando poesias pro outro dormir. Encantado eram os carinhos que nem precisavam de toque, teu olhar era um deleite, e te tocar me ardia, era o mais alto grau das sensações. Minhas reflexões de hoje são memórias, lembranças, não há nada de novo. Só o ontem permanece em minha mente, só ele faz parte de mim e me ofusca os sentidos, me deixa sem ar, por vezes sem voz, sem vez. E eu só queria te ter, reter pra mim todo o teu poder, teu domínio sobre mim me dava luz, me fazia existir por entre as gramas desse jardim antigo, onde deitei um dia pra me unir a ti, pra ser um só. Te contaminar com meu sangue, com as minhas entranhas, com meu mistério, meus segredos. Te encontrar no infinito me acalma, me sossega. Depois do amor é pro infinito que se caminha... e é lá onde eu quero repousar agora, enfim.

domingo, 26 de julho de 2009

Ndsgn

depois de muita melancolia vem o cansaço! ê, coisa boa. uma gripe pra refrescar e acalmar os nervos cheios de adrenalina dopamina loucos e frenéticos de mais de uma semana sem descanso acordando às 9 a.m e indo dormir de 7 a.m. chuva e barraca abafada, muitas trocas, o perigo da saliva, o suor, amizade, susto e lágrimas de crododilo, vai. cléopatra e mickey, febre de 39 graus, boca e olhos visivelmente inchados. pulseirinha verde cheia de treta, pimentas e muita saudade. perdendo aqui, ganhando ali. valeu a pena! agora fixar os olhos no horizonte e se preparar pras possibilidades de agosto. pensamento positivo, energia sendo armazenada nessa ultima semana, um buraco enorme esperando pra ser preenchido e um pouco de sangue que não se sabe porquê veio.

beijo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

por que as pessoas têm que se separar?
e por que a gente tem que sentir esse frio na barriga e essa sensação de vazio?
por que as pessoas que a gente tem afeto não podem ficar junto da gente?
por que elas vão embora?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

leve 12 pague 10.

é que essa falta de amparo me faz sucumbir. sem rédeas, nem freios, sem receios, jogando o corpo no espaço. perdida! sem tempo, sem ninguém me esperando pro jantar, nem pro almoço, nem pra assistir aquele filme antigo casablanca. sem paredes, nem muros, mantendo contato com o universo, o planeta em suas mãos. possibilidade como palavra chave, a chave que vai abrir todas as portas e janelas e. e que vai abrindo a cabeça, a mente, os pulmões, cada vez mais ar, sangue correndo freneticamente nas veias. vontade incontrolável de se expor, de gritar, se despir. nua pro mundo, poros todos descobertos, abertos, com frio, com fogo. expelindo suor e segredos, e gestos que são feitos involuntáriamente por entre palavras inteligíveis que vão sendo vomitadas pela boca seca, roxa de vinho, amargando, sangrando os dentes, deixo escorrer o vermelho que rege a vida. o coração que se materializa em garrafas, e latas de cerveja espalhadas pelo hall do apartamento, e que morre em menos de 500g, para de bater e dorme. dorme até a próxima dose, o próximo viver. desamparo comprado em lojinha de conveniência, vendido por menos de 15 reais.