quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

the body burns, yeah, the body burns strong

Tinha certeza que precisava de algo mais inspirador do que sexo e vinho, precisava gastar toda aquela energia, aquele orgone cósmico preso em algum lugar na parte de dentro de si. Queria ser mais do que só matéria, carne, pulsar. Cansado dos fins, queria um contínuo. Ser eterno. Ser humano. Diante do espelho, todas aquelas curvas, aquele cabelo liso e preto, cílios salientes, boca seca. Era alguém, tinha certeza disso! Mais, queria mais. Queria botar pra funcionar tudo aquilo que habitava o seu íntimo, queria invadir e ser invadido por qualquer coisa que fosse, que se mexesse que desassossegasse que perturbasse, assim como uma tarde fria de céu nublado sem estrelas, assim como aquele silêncio mórbido de domingo, como aquele preto do fundo de um poço. Isso! Os vidros, precisava quebrar as vidraças. Ar, ar... respirar, vibrar ele queria. E num dia ensolarado a luz entraria e esquentaria e sentiria ele tudo aquilo que faltava. Necessidade! Necessidade sempre chega presa a um desejo, a uma falta, vontades. Sou cheio delas. E elas me dominam mais do que qualquer cérebro neurônio pensante sinapse dor. Nem a dor conseguia ser mais, ser forte. Nada me dominava. Era eu o subordinado do desejo. Ai, quanto prazer sentia ao satisfazê-lo. Gozei muito. E queria mais. Queria outro tipo de vínculo que não o carnal visceral saliva e suor. QUERO INSPIRAÇÃO. Me traga mais sal. Já chega de sexo e vinho. Já chega desse vapor barato que sai dos meus poros molhados de suor e prazer. Não quero mais mulheres do sexo feminino, quero mulheres de alma, de espírito. Quero seus seios quentes, quero ser o pai dos teus.

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